Crítica | Anônimo

Escrito por: Gabriel Santos

em 18 de maio de 2021

Os filmes de ação de Hollywood possuem um sub-gênero focado em justiceiros aposentados que precisam voltar para a ação. Essas produções costumam ser estreladas por Liam Neeson, Jason Statham e Keanu Reeves, e agora acabou de ganhar mais um representante de peso: Bob Odenkirk, que você deve conhecer por Better Call Saul e Breaking Bad. O resultado não poderia ser nada menos que espetacular.

Assim que o longa ganhou seu primeiro trailer, surgiram comparações na internet com outras produções, incluindo John Wick. O filme realmente lembra a produção, seja pelo estilo artístico, as cenas de ação, mas principalmente pelo roteiro de Derek Kolstad, que trabalhou em todos os longas da franquia. Aliás, até o cartaz lembra o de John Wick 2. Ao mesmo tempo, as duas produções não são uma cópia da outra, pois aqui temos uma proposta diferente e a visão criativa de Ilya Naishuller, responsável pelo diferenciado Hardcore: Missão Extrema, que aqui ironiza e até satiriza filmes do gênero.

Gosto bastante da montagem da dupla Evan Schiff e William Yeh, com cortes dinâmicos e um desenvolvimento na medida certa, fazendo com que o espectador nem perceba o tempo passar. Outro ponto alto são os divertidos “clipes” que exploram o contraste da violência gráfica com uma excelente seleção de trilha sonora, que conta com What a Wonderful World. Inclusive, as cenas de ação são muito bem dirigidas, trazendo muita brutalidade e momentos agonizantes.

Bob Odenkirk está incrível como Hutch Mansell e já quero ver mais desse personagem. Ele é apresentado como um perdedor que leva uma vida amargurada, mas com o tempo vai ganhando novas camadas e fica mais confiante e badass. Essa alteração de comportamento conta com uma boa justificativa por parte do roteirista e é bem representada em tela pelo protagonista. Por exemplo, a postura e a aparência de Hutch no início do filme é bem diferente da que vemos no final, sendo mudada gradualmente conforme os eventos. Os vilões, liderados por Yulian Kuznetsov (Aleksey Serebryakov), são esquisitos e caricatos de forma que faz sentido dentro da proposta. Também não poderia deixar de mencionar a pontual e memorável participação de Christopher Lloyd.

Anônimo entrega tudo que esperamos de um filme desse gênero, pegando carona em elementos que já fazem sucesso, mas ainda mantendo sua originalidade. Bob Odenkirk está perfeito no papel e seria ótimo ver mais dele como Hutch – quem sabe em um crossover com John Wick?

Crítica | Anônimo
O projeto se destaca pelas sequências de ação brutais, o tom irônico e o excelente trabalho de Bob Odenkirk no papel principal.
5

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