Crítica | Espiral – O Legado de Jogos Mortais

Escrito por: Gabriel Santos

em 20 de junho de 2021

A franquia Jogos Mortais surgiu em 2004, com James Wan na direção, e ganhou várias continuações ao longo dos anos, tornando-se uma das sagas de terror mais queridas pelo público, mesmo sendo massacrada pelos críticos. Em Espiral – O Legado de Jogos Mortais, há uma tentativa frustrada de reiniciar os jogos, mesmo com a direção de Darren Lynn Bousman, que conhece bem o projeto por ter comandado outras três produções. Na trama, os detetives Zeke Banks (Chris Rock) e William Schenk (Max Minghella) investigam casos semelhantes ao de Jigsaw, desta vez tendo policiais como vítimas.

Infelizmente, não é dessa vez que veremos um renascimento da franquia Jogos Mortais, pois Espiral está abaixo de outras produções do gênero e não consegue cumprir o que promete. Como filme de terror, ele peca pelos jumpscares baratos e falta de atmosfera. Para quem pretende assistir apenas pelas torturas, mesmo mantendo o estilo característico, não é aqui que você verá os jogos mais inventivos. Eles aparecem bem pouco durante a trama e alguns funcionam como recriações do que já foi feito antes.

Já como filme de investigação/mistério, a condução da narrativa é pouco convidativa ao espectador e seus personagens – por mais que sejam detetives – estão sempre um passo atrás do público na hora de desvendar as pistas. Os twists e a conclusão são coerentes, mas é uma pena que tudo seja resolvido apenas nos cinco minutos finais – onde as coisas começam a empolgar.

Um dos grandes problemas do longa é a estrela e produtor executivo do projeto: Chris Rock. Por mais que o ator seja talentoso para a comédia, ele não funciona aqui, cheio de piadas fora de hora e de tom, além de uma atuação limitada e sem carisma. Infelizmente, também falta química entre seu personagem e o parceiro William Schenk (Max Minghella) ou até mesmo com seu pai Marcus Banks, nas poucas cenas com Samuel L. Jackson. Grande parte do elenco conta com participações pequenas e são descartáveis, tanto que suas mortes não possuem peso.

Com um aspecto de telefilme, Espiral não parece ser uma produção para ser lançada nas telonas. O longa deixa muito a desejar, seja para quem esperava um filme de terror no nível da franquia principal ou uma competente investigação criminal. Nem mesmo os astros conseguiram salvar este projeto que não faz jus ao legado de Jogos Mortais.

Crítica | Espiral – O Legado de Jogos Mortais
O longa possui um aspecto de telefilme, falhando como uma produção de terror e investigação. Um dos principais problemas é a estrela Chris Rock, com uma atuação destoante do tom.
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