Crítica | Legado Explosivo

Escrito por: Gabriel Santos

em 11 de janeiro de 2021

Liam Neeson é um ator presente em diversas franquias, desde Star Wars até Crônicas de Nárnia, mas também é conhecido pelos seus filmes de ação sobre vingança, como a trilogia Busca Implacável e o recente Vingança a Sangue Frio. Com o tempo, esse seu tipo de personagem se popularizou, porém também era possível perceber que todos pareciam a mesma pessoa. Em Legado Explosivo, Neeson vive Tom Dolan, um assaltante de bancos que quer largar sua vida de criminoso depois se apaixonar por uma mulher. Ele tenta se entregar para a polícia, mas é enganado por dois agentes corruptos do FBI.

Os problemas do filme começam quando sua própria premissa não se sustenta. O longa apresenta Tom já como o ladrão arrependido, mostrando sua relação com a nova namorada, mas é difícil comprar essa ideia, mesmo com os argumentos apresentados. O protagonista diz que largou a vida do crime por ter se apaixonado, mas o próprio romance fica em segundo plano. A sensação é que o projeto é apenas uma desculpa para mais uma história de vingança. Além disso, por mais que a produção estabeleça Tom como um ladrão de bancos incrível, isso nunca é demonstrado de fato.

Liam Neeson está bem no papel, seguindo a fórmula já conhecida de seus outros filmes de ação. Ele é um homem com bom coração, mas ao mesmo tempo intimidador com seus inimigos. Inclusive, sabe aquele recurso que ficou famoso em Busca Implacável, onde Neeson faz ameaças pelo telefone? Aqui ele também está presente, porém, mesmo que funcione no início, é repetido de forma exaustiva. Talvez uma das principais diferenças deste personagem para os outros da carreira do ator seja sua personalidade mais piedosa e empática.

Annie (Kate Walsh) parece um pouco perdida na trama, pois o roteiro tenta torná-la mais que um interesse amoroso, incluindo-a na ação, apesar de não ter muito o que fazer além de atrapalhar. E quando ela aparece para desenvolver o romance, o longa apela para o melodrama. A dupla John Nivens (Jai Courtney) e Ramon Hall (Anthony Ramos) possui uma dinâmica interessante, onde cada um tem suas motivações e lida com os acontecimentos de forma diferente, enquanto se afundam em uma bola de neve. Sean Meyers (Jeffrey Donovan) também funciona dentro do contexto, mas ainda não entendi a presença do cachorro Tazzie, que deve ter mais tempo de tela que Baker (Robert Patrick) e possui nenhuma utilidade.

Como filme de ação, Legado Explosivo também fica abaixo das expectativas pela própria escassez de cenas do gênero e coreografias pouco inspiradas. Além disso, diferente do que o título promete, há poucas explosões, sofrendo pela tela verde aparente e CGI aparente, o que é decepcionante.

Esse é apenas o segundo projeto dirigido por Mark Williams, mais conhecido pela sua carreira de produtor. Em seu primeiro trabalho dirigindo ação, o resultado fica abaixo de outros projetos de Liam Neeson, mesmo apelando para recursos do gênero. No fim, é um longa que ficará esquecido na carreira do ator e não possui méritos suficientes para se arriscar no cinema durante uma pandemia para assistí-lo.

Crítica | Legado Explosivo
Liam Neeson continua ótimo interpretando personagens em busca de vingança, mas o longa repete fórmulas já consagradas e ainda assim não entrega um resultado satisfatório.
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