Crítica | Meu Pai

Escrito por: Gabriel Santos

em 17 de abril de 2021

Anthony Hopkins é um ator que sempre se destaca nos projetos que trabalha, colecionando, ao longo de sua carreira, prêmios e elogios da crítica e do público. Isso não poderia ser diferente em seu longa mais recente, Meu Pai, que vem chamando atenção e está concorrendo ao Oscar em seis categorias, incluindo Melhor Ator graças a sua atuação. A produção é co-escrita e dirigida pelo cineasta francês Florian Zeller, baseada na peça Le Père, de 2012. Na trama, um idoso precisa lidar com sua perda de memória, chegando a duvidar da sua família, de si mesmo e da realidade.

O longa se passa, praticamente, em apenas uma locação, com uma estrutura que lembra bastante uma peça de teatro. Mesmo assim, o projeto não é estático, estando sempre em desenvolvimento e trazendo novas informações, aguçando o interesse do espectador com a sensação de que há algo de estranho acontecendo. A adaptação do roteiro é efetiva, de forma que sempre somos colocados para pensar sobre os eventos e nos questionar. O texto é excelente, resultando em diálogos naturais, descontraídos e emocionantes.

Todo o elenco está muito bem, com destaque para o talentosíssimo Anthony Hopkins em uma das melhores atuações de sua carreira. O ator faz um personagem humano e com várias camadas, sendo divertido em alguns momentos e até mesmo insensível em outros. Como coração do filme, o público é conduzido a partir do seu ponto de vista, tornando a trama ainda mais interessante, pois descobrimos as coisas junto com ele. Toda sua entrega pode ser percebida, merecendo a indicação ao Oscar e a recente vitória no BAFTA Awards. Outro destaque é Olivia Colman como apoio emocional, contracenando com Hopkins os melhores diálogos da trama. Também é importante a presença de Rufus Sewell como um contraponto para o protagonista.

Meu Pai concorre ao prêmio de Melhor Filme no Oscar 2021 e já é um dos principais lançamentos deste ano. É uma obra triste, emocionante e que retrata o Alzheimer de uma forma muito eficiente, pois nos coloca no lugar de quem tem a doença, mostrando todas as dificuldades e a confusão mental daqueles que passam por isso.

Crítica | Meu Pai
A produção é uma das melhores atuações da carreira de Anthony Hopkins, destacando-se pelo excelente texto e condução da narrativa.
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