Crítica | Rua do Medo: 1978 – Parte 2

Escrito por: Gabriel Santos

em 11 de julho de 2021

Depois do lançamento de Rua do Medo: 1994 na última semana, a Netflix trouxe mais uma parte da trilogia, agora ambientada em 1978. A obra segue com a proposta de homenagear filmes de terror slasher, mas se sai bem melhor que o anterior, principalmente pelo desenvolvimento dos seus personagens.

Logo no começo do longa, é possível notar uma semelhança com o formato episódico de seriados. Além do lançamento semanal, há uma recapitulação dos eventos anteriores, fazendo parecer que o projeto talvez até se encaixaria melhor como uma minissérie. Além disso, é interessante ver como cada parte funciona de forma independente e complementar ao mesmo tempo, avançando a trama ao explorar o passado.

Desta vez, a história se passa no acampamento Nightwing, remetendo à atmosfera de filmes como Sexta-Feira 13, com inspirações em obras de Stephen King, como O Iluminado e Carrie – A Estranha. Aqui também há um bom uso de elementos do período em que a trama é ambientada, com destaque para a trilha sonora, que inclui clássicos da época. Ainda vale mencionar que o filme possui algumas semelhanças com Stranger Things, não só pelo período e o tom, como também pelo elenco e a insistência em pessoas com o nariz sangrando.

Enquanto a Parte 1 acompanha um grupo de adolescentes focado em arquétipos, aqui há um aprofundamento maior nas personalidades, tornando os personagens mais humanos. Isso é curioso, levando em conta que temos praticamente a mesma equipe de roteiristas do filme anterior.

Um dos destaques é a dinâmica das duplas Ziggy Berman (Sadie Sink) e Nick Goode (Ted Sutherland); e Cindy Berman (Emily Rudd) e Alice (Ryan Simpkins), onde conhecemos mais sobre suas motivações e a forma como lidam com os problemas conforme a trama progride e são colocados em situações extremas. O contraste das irmãs protagonistas e a forma como sua relação é desenvolvida é um dos pontos altos, principalmente pelas ótimas atuações. Inclusive, a continuação também explora melhor a rivalidade entre Shadesyde e Sunnyvale.

Rua do Medo: 1978 é superior à Parte 1, se preocupando menos em fazer referências e dando mais destaque para sua própria narrativa. A obra deixa várias perguntas em aberto e cria expectativa para o último longa, que chega já na próxima sexta (16).

Crítica | Rua do Medo: 1978 – Parte 2
A sequência supera o anterior pelo melhor desenvolvimento de seus personagens, com destaque para Sadie Sink e Emily Rudd.
4.5

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